28.3.09
ouvido no chão, olho no horizonte
Sem pompa ou grande repercussão na mídia, o IPEA lançou no último dia 26 o Índice de Qualidade do Desenvolvimento.
Trata-se de mais uma boa iniciativa da gestão Marcio Pochmann, visando constituir indicadores que ajudem governo e sociedade a aferir quanto e como as políticas públicas (econômicas e sociais) impactam nos rumos do país.
Depois de anos dando ouvidos, corda e dinheiro aos analistas de mercado (como se fossem esses capazes de sintetizar a saúde do país apenas tomando o pulso das variáveis financeiras) o IPEA vem redirecionando seu arsenal analítico para o desenvolvimento de pesquisas e indicadores que exprimam com maior efetividade as condições de vida, de progresso material e social em suas distintas e complexas dimensões. Já em 2008, com o criação do "Sensor Econômico" (indicador mensal dos humores do setor produtivo do país), marcou-se importante contraponto ao boletim "Focus" do Banco Central, que reúne semanalmente a opinião de 100 instituições financeiras incumbidas de vocalizar os desígnios divinos (em especial a taxa de juros).
É portanto no bojo deste relevante redirecionamento do IPEA que se apresenta o IQD. Composto por três sub-índices (de qualidade da inserção externa, de qualidade do bem estar e de qualidade do crescimento econômico), os resultados do IQD apresentados neste mês de março demonstram que atingimos o ápice de nosso desenvolvimento no último trimestre de 2007 e que, desde então, com o agravamento do quadro externo e a inação do Banco Central brasileiro, seguimos por uma trajetória de deteriorização do IQD, que caiu de 331 (em dez/2007) para 225 (em jan/2009), em escala que varia de 0 a 500.
Curioso notar como o IQD demonstrou grande sensibilidade em relação à crise externa que se precipitava no início de 2008, mesmo que internamente vivêssemos ainda a euforia patrocinada pelo elevado crescimento do PIB e pelas melhoras no mercado de trabalho.
Para conhecer melhor o IQD, clique aqui
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