23.2.10

supra-sumo do pega-pra-capa


Hoje é dia de comemorar o aniversário do Seo Nivaldo, meu pai.

Faço-o, sugerindo a leitura de um artigo notável escrito por ele, comentando a "selvageria" das redações de jornais brasileiros.

O curioso da história é que, embora o artigo tenha sido escrito e publicado originalmente a doze anos atrás, foi republicado na semana passada no Blog do Nassif - por iniciativa de um leitor - sem que ninguém se desse conta da atualidade do "velho" tema.

15.2.10

a proeza do seo waldir


Em Barão Geraldo (bairro onde vive a Unicamp) Seo Waldir conseguiu o que parecia impossível. Em 1999, estacionou uma kombi velha numa praça que vivia ao deus dará, plantou umas mudas de árvore, montou umas poucas mesinhas de sucata e começou a vender garapa e água de coco.
Passados dez anos, a praça ganhou nome - Praça do Coco - a kombi foi substituída por um belo quiosque de bambu que vende sucos, pastéis, garapa e outros afins; diversos brinquedos de madeira fazem a alegria da criançada do bairro; uma feira de artesanato se avizinhou do quiosque aos sábados e, recentemente, um pequeno palco foi erguido para receber espetáculos culturais ao ar livre - inclusive filmes.

Teimoso, Seo Waldir fez uma revolução. Desde o ano passado, vem "roubando" lojas e bares do pequeno shopping center do bairro - o Tilli Center. Quem poderia dizer? Enquanto em outras paradas são os shoppings que sugam o comércio de rua, em Barão, as ruas arborizadas que contornam a Praça do Coco vão gradativamente esvaziando o shopping, trazendo a moçada de volta à rua e à praça

Nesse carnaval, como que em uma consagração, a Praça foi o ponto de referência de diversos blocos de rua que, embalados pela espírito do Seo Waldir, demonstraram a enorme vitalidade cultural de Barão Geraldo - provavelmente o bairro com maior número de Pontos de Cultura do país.

Saravá Seo Waldir!

8.2.10

dica de hotel no rio

De leve, volto ao blog para falar do Rio de Janeiro.
Passei apenas três dias na cidade, o suficiente para revigorar meu encanto por aquela terra.
Escolhi pousar no velho Hotel Regina, que acaba de ser restaurado e modernizado. Que beleza! Localizado no bairro do Catete (na quadra do palácio), em uma rua de apenas um quarteirão (R. Ferreira Viana), trata-se de um simpático e recôndito hotel de 1922, onde dizem inclusive ter morado o então deputado federal Juscelino Kubitschek, durante os anos 1936/37.

Ótima escolha. Em uma esquina está a estação de metrô do Catete, de onde em alguns minutos se vai ao centro velho ou a Copacabana e Ipanema (que agora também tem metrô). Na outra extremidade, o lindo Parque do Flamengo (aterro), com belas opções de caminhada entre os jardins projetados por Burle Marx.
E como que para tornar ainda maior a aura do lugar, soube que foi nesta pequena rua que nasceu o grande Cartola.

Como se não bastasse, a pé, indo em direção ao Largo do Machado, são várias as opções de botequins e restaurantes de primeiríssima: a cervejaria Devassa, o centenário restaurante Lamas e o boteco Manuel e Joaquim, entre tantos outros menos famosos.

Mas, francamente, estando no Regina, meu favorito é o Boteco Belmonte, instalado desde 1952 no mesmo cantinho, de frente para o aterro, a talvez umas dez providenciais quadras do hotel. Ali se faz botecagem como se deve. O chop, claro, desce liso. De tanto em tanto, um garçon passa com uma assadeira repleta de petiscos pra lá de saborosos - sugiro o pastel de camarão, recheado apenas com camarões ou uma das famosas empadas, que se desmancharão ao primeiro toque.
Se quiser fazer uma refeição, não perca o polvo na grelha, com brócolis e batatas assadas.
Prato raro, coisa de português de tamancas, o polvo vem crocante por fora, salpicado de alho, e por dentro macio como um peixe. De resto, tudo ali conspira para bons papos.
Um brinde ao Rio de Janeiro!