24.5.09

pifando

Há tempos devo uma explicação a respeito do nome deste blog. Como fiquei sabendo que no dia de hoje um dos maiores tocadores de pífano deste país está comemorando seus 50 anos de fuzuê (clique aqui para saber dos festejos), me entreguei ao assunto e quem sabe ajudo a desencafifar alguns leitores de alma mecânica.

Primeiramente, devo confessar que não sou um entusiasta do pífano. Até gosto dum forró pé de serra, um maracatu, mas o que me fez lançar mão do nome no título foi porque esta esquálida e precária flauta nodestina é um instrumento dos mais populares, sempre tocado com irreverência, em ocasiões festivas, sempre rodando à pinga e atiçando as saias. Não conheço sobriedade que resista ao pífano.
Quis aqui que fizesse as vezes da vagueza, da falta de compromisso, da efemeridade dos palpites, da alegria caseira dos rastapés. E no mais, se preciso for, o pífano serve também pra irritar, com seu agudo sem fim, como a mosca do Raul.

Por outro lado, este espaço tem também a pretensão de ser um recanto para o debate de assuntos sisudos, para a prática de ensaios que não escondem ambição intelectual, um depositário a céu aberto das anotações que faço e que narcisamente armazeno para o mundo que suponho tocar o lado de lá. Obviamente, o escaninho é que escolhi para marcar esta faceta apolínea do blog. O escaninho é um apetrecho cartesiano por excelência. Ante-sala das universidades, é lá que dormem as linhas retas, os catatais de fim de curso, os títulos, as datas.

Pois,... ai estão. Que um dia se entendam.

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