10.3.10

a retalização e o canto dos safados


Curiosa a reação da mídia e de um tanto de oportunistas ante a decisão do governo de retalhar os EUA por conta dos subsídios ao algodão que se planta por lá.

Nas manchetes de jornais, no falatório das rádios que tocam notícias ou nas matérias na televisão, o que foi explorado foi o possível aumento de preços decorrente da anunciada elevação da tarifa de importação de alguns produtos norte-americanos.

- O pão vai subir! Os equipamentos eletrônicos vão disparar! Um repique inflacionário poderá ocorrer! Logo, os juros devem aumentar.

Que palhaçada! Que argumentação vagabunda!

Vejamos o caso do trigo. O Brasil hoje já produz 60% do trigo consumido no país e do 40% importado, apenas uma pequena parte vem dos EUA (5%). Além disso, com a nova tarifa, o que deverá ocorrer é a substituição do trigo dos EUA pelo trigo de outra paragem, como por exemplo, do Canada. Resultado: o impacto sobre o preço do pãozinho é ZERO! O único efeito esperado do aumento tarifário recaíra sobre os produtores dos EUA que deixarão de vender ao Brasil.

O mesmo raciocínio se aplica a quase todos os outros produtos listados pelo governo brasileiro, sujeitos à elevação de tarifas.

Mas, o que mais impressiona no tom azedo da imprensa sobre esse assunto é o nítido desconforto provocado em suas almas cosmopolitas por qualquer ação que confronte os interesses norte-americanos.

Êta mundinho rastaquera.

(imagem: Filipa Sottomayor)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caro leitor, se você não está conseguindo incluir seu comentário, tente fazê-lo assinando com a opção "anônimo".