17.6.09

efeito ameriquinha


Diz-se por aí que, na disputa pelo governo paulista, Lula prefere um candidato da base aliada a um petista. E, na minha modesta opinião, nosso presidente, puta velha em assuntos políticos, está corretíssimo.

O eleitorado paulista, dos mais conservadores do país, vive uma história de Fla-Flu (tucanos x petistas) que a cada nova eleição só faz cristalizar. Não é exagero dizer que, desde a eleição de Franco Montoro, em 1982, quando uma ampla frente de centro-esquerda se impôs aos malfeitores da ditadura, as eleições para governador do estado de São Paulo se reduzem a esforços para cavar ainda mais fundas as trincheiras de cada banda. Além de tedioso, esse remi-remi político se manifesta como uma longa jornada de desmantelamento dos serviços públicos ofertados pelo estado paulista - veja-se, por exemplo, os péssimos indicadores da educação, da saúde ou da segurança pública, quando comparados com outros estados da federação, cujas potencialidades econômicas e níveis de renda são sensivelmente menores.

Portanto, parece bastante lúcida a estratégia de tentar lançar uma candidatura que se apresente como alternativa a tucanos e petistas, confundindo a guerra de trincheiras que nos empata a vida. Aos poucos, a idéia que a princípio indignou caciques do PT, vai soando como viável e astuta. O próprio ex-deputado Zé Dirceu, escreveu ontem em seu blog: O momento é de buscar alianças e alternativas, seja uma candidatura única em coalizão com o PSB-PDT-PC do B, seja duas ou três candidaturas do nosso campo (oposicionista no Estado). Não devemos descartar nada. Nem a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), nem a do Dr. Helio, prefeito de Campinas.

É o momento de jogar as fichas em um candidato outsider, que não esteja identificado com os dois campos políticos tradicionais do estado. É hora de lançar mão do efeito Ameriquinha, time do Rio que, assim como a Lusa em SP, conta com a simpatia de flamenguistas e tricolores, ou, respectivamente, de corinthianos e palmeireses. Se o objetivo maior é a eleição da Ministra Dilma, nada como um aliado, no principal colégio eleitoral do país, capaz de sensibilizar também a encruada e conservadora massa de eleitores anti-petistas que há décadas faz a alegria do principado tucano.

E, cá entre nós, considerando alguns dos "nomes fortes" na disputa pela candidatura petista ao governo do estado - como o do neoliberal Palocci, que luta de cara lavada na trincheira errada - não tem cabimento apelar para argumentos ideológicos ou falar de chapa puro-sangue.


PS: este blogueiro, embora eleitor do corinthiano Lula e afeito às metáforas futebolísticas, lamenta profundamente os episódios ludopédicos desta fatídica noite de quarta-feira, 17 de junho de 2009.

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