24.8.10

Santiagas III

Um pequeno detalhe faz grande diferença na execução das políticas públicas chilenas: o RUN (Registro Único Nacional).
Instituído nos anos 70, trata-se de um número que o sujeito recebe ao nascer e com o qual segue até o túmulo. Serve como seu identificador para todo e qualquer serviço público do país, além de outros tantos privados.

Com ele, resolve-se em grande medida o problema da multiplicidade de sistemas de registro de informações que se proliferam nos serviços públicos. Basta utilizar o RUN que qualquer cadastro pode ser intercambiado com os demais. Assim, se o órgão "A" precisa complementar as informações que dispõe sobre sua clientela com as informações coletadas pelo órgão "B", basta assinar um termo de cooperação, trocar os arquivos com a relação de RUNs e pronto, atualizam-se os bancos de dados.

Aos que não costumam lidar com o tema dos registros sociais a questão pode parecer bobagem, mas, pela falta de algo parecido no Brasil, perdem-se rios de dinheiro e se trabalha num cipoal que, se não mata, aleija.

De resto, tem a questão da confidencialidade das informações, que sempre é lembrada por aqueles que temem que o RUN seja jantado pelo Leviatã. A esses, é necessário dizer que de um jeito ou de outro, na Praça da Sé ou na 25 de Março, com cinquenta pratas se consegue todo e qualquer banco de dados sigiloso do país. Da Receita Federal às Casas Bahia.

A boa notícia é que o Governo Federal está anunciando para breve o Registro de Identificação do Cidadão (RIC) que deverá ser o início de um processo de unificação no Brasil. Haverá um longo caminho de integração das bases de dados, mas ao menos começamos a ceifar o cipó.

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