9.5.10

quem diria, estão em busca de um kirchner europeu

Em entrevista ao Estadão de hoje, Barry Eichengreen, economista e renomado especialista em finanças internacionais, comenta a sinuca em que se encontra a zona do Euro a partir da erupção da crise grega.

Não consegui acesso à versão on-line, mas chamo atenção para o fato de que Eichengreen, como muitos outros analistas, não vê alternativa para a crise grega que não passe por uma reestruturação da dívida daquele país, ou seja: trata-se de organizar o calote e distribuir o ônus de maneira mais justa e ordenada.

Enfaticamente, ele sugere que se copie o processo de renegociação de dívida realizado na Argentina, sob o  governo de Nestor Kirchner, nos anos de 2001/2002, quando os títulos de dívida velha foram negociados com deságio de 75% e o prazo da dívida largamente estendido. Enfrentando a fúria e cara feia de todo o primeiro escalão das finanças internacionais, Kirchner teve àquela época grande êxito e, contrariando o mundo, consegui não só reduzir e alongar a dívida pública de seu país, mas escapar da cilada da dolarização, armada pelos seus antecessores.

Pois, à Grecia, o caminho deverá ser o mesmo. Contudo, persistem algumas dúvidas quanto a possíveis desdobramentos que a reestruturação de sua dívida poderá provocar: 1º) será possível à Grecia permanecer no Euro? 2º) Ante o calote grego, como deverão se comportar os detentores de títulos de dívida soberana de outros países?

Nos próximos dias, provavelmente ainda nesta semana que se inicia, descobriremos - e, provavelmente, pelos próximos anos amargaremos.

E.T.: o que dirão - ou não dirão - os Sardemberg's e as Mirian's sobre o plano Kirchner ter virado um "case" internacional?

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