15.2.09

a decadência mexicana


Cresce na imprensa o número de notícias dando conta da decadência econômica e social observada no México (veja-se, por exemplo, matéria no Estadão de hoje). Ao longo dos últimos anos, principalmente a partir do avanço de governos de viés liberal e do acordo de livre comércio firmado com os EUA (Nafta), avança no país o desmantelamento de seu tecido nacional, com crescente distanciamento político e econômico entre suas classes e suas principais regiões. Mais recentemente, em seus maiores centros urbanos, cresceu dramaticamente os níveis de violência e a instituciuonalização do crime organizado ligada ao tráfico de drogas, que transferiu seus núcleos de poder da Colômbia para as cidades mexicanas.
No cinema, uma mostra trágica desta nova era mexicana é o filme La Zona, (Zona do Crime), de 2007, que retrata a fragilidade do Estado ante uma elite liberal, arrogante e cosmopolita e um mar de pobres a habitar as margens inóspitas da economia maquiladora.
E é especialmente reveladora a trajetória mexicana (incensada pelos nossos mídia-ligeira) se a compararmos com a trajetória argentina (malhada pelos quatro ventos). Alinhados como emergentes promissores há dez anos, os dois países seguiram rumos distintos nesta primeira década do século XXI e hoje parece obvia a muito mais confortável situação da Argentina (apesar da crise momentânea) ante a deterioração profunda que afeta a sociedade mexicana.

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