9.12.10

combate à pobreza é benção para o sul maravilha

O atual presidente do IPEA, Prof. Márcio Pochmann, escreveu excelente artigo sobre os desafios que estão colocados ao Brasil, num momento em que se abrem possibilidades inéditas de consolidação de nosso desenvolvimento nacional. Trata de questões cruciais, pelo que me atrevo a dizer que é leitura obrigatória para quem se interessa pelo assunto (clique aqui para ler )

Contudo, destaco abaixo um trecho do texto, que não se refere especificamente à questão do desenvolvimento, mas que trata da destinação dos recursos da seguridade social no Brasil.

Como lamentavelmente assistimos durante a campanha eleitoral que recém terminou, o bom momento que vive o nordeste brasileiro fez arder os humores das gentes reacionárias que se aboletam no chamado sul maravilha. A grande transformação econômica e social que se verifica no nordeste do país,  promovida por um conjunto de iniciativas do governo Lula  - e que garantiram enorme votação à candidata governista na região - foi tratada pelos portavozes do sul/sudeste como se tivesse ocorrido em detrimento do desenvolvimento das demais regiões do país. Não foram poucos os gritos e muito mais numerosos os ecos que alardearam a drenagem de recursos do sul/sudeste para o norte/nordeste. Junto com a retórica econômica, difundiram-se ainda preconceitos que sugeriam uma disputa entre um sul moderno e dinâmico versus um nordeste atrasado e letárgico.

Quanta bobagem e que ignorância imperdoável que essa gente ilustrada de Higienópolis e adjacências carrega na papada!

Como bem mostra o artigo do Pochmann (e a economista Tânia Bacelar também tratou do assunto, sob outra perspectiva - leia aqui) os dinheiros fáceis que supostamente sustentam a bonomia e dão vida longa ao atraso são destinados na sua gigantesca porção - pasmem - ao rico sul maravilha. Nada menos do que 1 em cada 4 reais que são pagos a título de seguridade social (previdência + assistência social) vão para os bolsos de paulistas!

Vejam o que os números citados pelo presidente do IPEA nos contam:

"as famílias pertencentes aos estados mais ricos da Federação absorvem a maior parte do fundo público comprometido com transferências monetárias. Assim, a região Sudeste consome 50% do total dos recursos anualmente comprometidos com as transferências previdenciárias e assistenciais da seguridade social, dos quais 23,5% vão para São Paulo, 13,7% para o Rio de Janeiro e 10,9% para Minas Gerais. A descoberta dessas novidades no interior da dinâmica econômica brasileira atual impõe a reavaliação da eficácia dos velhos pressupostos da política macroeconomia tradicional. A economia social sustenta, hoje, parcela significativa do comportamento geral da demanda agregada nacional, além de garantir a considerável elevação do padrão de vida dos brasileiros, sobretudo daqueles situados na base da pirâmide social"


 Pois, que se calem os ignorantes, destas terras bandeirantes!

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