6.7.10

cabeça de bagre "e" rabo de dourado

A copa ainda não chegou a seu desfecho, mas suas marcas - ou seria melhor dizer cicatrizes? - já estão bem visíveis.

Por exemplo, a primeira fase foi assustadoramente inferior em termos de competitividade, de técnica e de emoção às fases de mata-mata. Será que não caberia um outro formato?
Outra marca é o esvaziamento dos meias e a emergência dos segundos-volantes. E não é por menos. Depois de anos de futebol força, esquemas táticos rígidos, pragmatismo e futebol de resultados, aflora no concreto armado dos gramados o jogador que é capaz de combinar disciplina tática, preparo físico, técnica e capacidade de criação. Como disse algum comentarista nessa copa, foi-se o tempo dos camisas 10 que faziam brilhar o futebol. Não há mais espaço para gente como Maradona, Zico, Platini ou Zidane. Restam bons e rápidos atacantes, que precisam ser servidos por super-volantes capazes de extrapolarem suas funções táticas. Sem bola, os super-volantes defendem, desarmam. Com bola, armam os contra-ataques, acionam as laterais do campo, infiltram bolas entre as matilhas adversárias e, não raro, fazem gols.

Não por acaso, esta copa de 2010 tem no topo do pódio o volante alemão Schweinsteiger.

Por outro lado, seleções como a do Brasil ou da Argentina falharam, em grande medida, pela ausência de bons segundos-volantes. Tivesse Veron jogado pela Argentina ou um volante mais técnico, como o Ramires, no Brasil contra a Holanda, creio que a parada não teria sido vencida pelas equipes européias.

Resta agora torcer pelos Uruguaios que, é verdade, também carecem de um jogador com aquelas características e enfrentam dificuldades para conduzir a bola da defesa para o ataque.

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