25.8.08

montevideo



Em suma, deliciosa a cidade de Montevideo. Rincão esquecido, de povo muito amável, acolhedor e de rica cultura.
Como na própria história de formação do Uruguai, me parece que o espírito uruguaio se localiza em algum ponto entre a cordialidade brasileira e a altivez argentina, herdando talvez os melhores traços de cada cultura. Outra deliciosa marca de Montevideo é o ritmo de vida mais cadenciado. Não notei grandes aglomerados, grandes entroncamentos, buzinas ou cidadãos estressados pelas ruas.
Aliás, curiosamente, não é fácil encontrar relógios em lugares públicos no Uruguai. No saguão dos hotéis não se sabe que horas são em Paris, NY, ou sequer em Montevideo.

Também não existem totens luminosos informando as horas entre mensagens dos bancos, nem nas praças ou restaurantes. O Comércio não tem hora para começar suas atividades (entre 9 e 10 a depender de cada comerciante) nem hora para encerrar. Bares e restaurantes vão até madrugada, mas podem fechar mais cedo, a depender do dia, do clima.
Cultos, informados e sem maiores dilemas a resolver, é possível encontrar dois uruguaios jogando xadrez à noite na calçada gelada da Av. 18 de Julho (Av. São João deles) ou tomando el mate dentro da cabine da caminhoneta enquanto o sol se põe.

Nos muros, outro traço curioso: diferente daqui, onde virou mania pichar sem dizer nada, lá quem picha conta com leitores bem formados (veja a foto acima) e usa muito dos muros para manifestações políticas.
Se estiver por lá em algum domingo, visite a feira que parte de frente ao prédio central da universidade pública (na 18 de Julho), onde se vê e se vende de tudo: de velharias impensáveis como garrafas de cerveja vazias, a tarântulas de aquário, sofás e pimentões variados. Aproveite e pare em alguma esquina para comer o tal "chivito" que lá - diferentemente da Argentina, onde significa cabrito - corresponde a um belo sanduiche, recheado de um tanto de boas cositas.
E não se esqueça, para acompanhar, uma Patricia de litro.

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