1.7.08

zé silvério e gols ao fundo

Nos últimos dias foram muitas as reportagens sobre os 50 anos da primeira copa conquistada pela nossa seleção. Ótima chance para matar a saudade do futebol brasileiro, hoje praticado pelos times da Europa.
De canal em canal, cena em cena, fui escalando pelos brilhos do futebol, até me encontrar com as belíssimas narrações do grande José Silvério.
Meus caros, que beleza, ninguém foi capaz de narrar futebol igual a este sujeito. E olha que eu enfrentei os 16 anos do vexatório jejum do alvi-verde de Parque Antártica. Dezesseis anos de maré baixa, salvos pelos sabores dos versos do José Silvério. O Palmeiras pouco fazia, quando muito arrancava um empate, mas Zé Silvério era capaz de fazer o jogo incendiar, encher o gramado de gladiadores, e o Palmeiras sempre quase chegava lá.
Quando chegou de fato, eu já tinha 26 e não mais acompanhava no rádio os enredos do ilustre narrador.
Mas tenho para mim que este cara, que eu nem sei que cara tem, esteve lutando ao meu lado, aos domingos e todas as quartas, empurrando o Palmeiras contra um adversário incapaz de resistir ao sufoco. É curioso, eu estive apenas do lado de cá do rádio, mas sinto uma cumplicidade como se tivéssemos lutado na mesma trincheira. Eu vagando pelo quarto e ele fustigando o Jorginho para que armasse um contra-ataque ou instigando o Luís Pereira para cabecear o derradeiro escanteio.
E que golaaaaaaaaaaço!

Para matar a saudade, ou para entender melhor do que estou falando, na voz de Silvério, segue o vídeo do jogo que tirou o Palmeiras da fila.
Prestem atenção nos detalhes. Além da intensidade dramática do lance, do correto e sincronizado encadeamento de palavras (sem perder o tempo e chegando ao gooool junto com a torcida), ele consegue recontar o gol como se estivessemos assistindo ao replay.

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