No bojo da polarização crescente entre Dilma e Serra, causou alvoroço a recente análise do economista chefe do Santander, Alexandre Schwartsman, afirmando que as estruturas de gastos dos governos federal e paulista eram similares - no que tange à evolução das despesas correntes vis-a-vis os investimentos.
Bate daqui, grita dali, o ilustre economista do banco que detém a folha de parte do funcionalismo paulista veio hoje a público esclarecer que se equivocara. Desavisado, incidiu em dupla contagem quando lançou as despesas previdenciárias, além de usar métodos distintos para calcular os PIB's da União e do Estado.
Feita a mea culpa, resta então a dúvida: quem afinal cuspiu mais longe entre os anos de 2006 e 2009?
Vejamos os números corrigidos, revisitados por todas as partes envolvidas no imbróglio, referentes à participação dos investimentos em relação aos respectivos PIB's:
ESP: 2006 = 0,79% -> 2009 = 1,35% (variação positiva de 0,56%)
União: 2006 = 1,95% -> 2009 = 2,52% (variação positiva de 0,57%)
Ou seja, noves fora, os dois praticamente empataram no quesito "aumento" da taxa de investimento.
Note-se, porém, que, no ano de 2009, a taxas de investimento do governo federal é 86% mais alta (2,52 x 1,35) que a do governo estadual, o que significa dizer que o governo federal investe 1,17% do PIB a mais do que o governo do Estado de São Paulo.
Ora! Onde estará então a diferença relevante, tão enaltecida pela Fazenda paulista?
Nas chamadas despesas correntes!
Enquanto sob na gestão Serra as despesas correntes mantiveram-se estáveis, o governo Lula fez saltar este tipo de gasto de 10,1% a 11,6% do PIB (aumento de 1,5% em quatro anos de governo), recompondo perdas salariais, substituindo empregados terceirizados e ampliando - ainda que timidamente - a oferta de serviços públicos.
Quem deverá então ficar com a taça? O "fiscalista" tucano ou o "populista" Lula?
(veja matéria sobre o assunto no Portal do Nassif)
Obs: Os dados de investimento consideram inclusive as inversões financeiras.
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