29.3.09

tetris ao cubo

Aos adoradores do jogo Tetris, que tanto tempo dedicaram à arte de encaixar bloquinhos cadentes, vai um vídeo curioso, de gente que conseguiu ir além....

marolinha na RMC


Analistas tem apontado que em fevereiro e março já foi possível notar sinais de recuperação em determinados setores da economia (veja, por exemplo, este post do Nassif).
É evidente que são sinais ainda esparsos e insuficientes para indicar que já tocamos o fundo do poço.
Contudo, corroborando esta tendência, noticiou-se hoje no Correio Popular (de Campinas-SP) que na Região Metropolitana de Campinas a arrecadarão de tributos nos meses de janeiro e fevereiro de 2009 superou a do mesmo período de 2008. O ICMS cresceu 0,9% e o ISS subiu estrondosos 20,6%. É claro que parte desta elevação deve-se a melhoras nos aparatos de arrecadação, mas sem dúvida outra parte substancial se deve ao vigor econômico e à diversidade produtiva da região, tornando-a mais resistente às oscilações externas.

28.3.09

ouvido no chão, olho no horizonte


Sem pompa ou grande repercussão na mídia, o IPEA lançou no último dia 26 o Índice de Qualidade do Desenvolvimento.
Trata-se de mais uma boa iniciativa da gestão Marcio Pochmann, visando constituir indicadores que ajudem governo e sociedade a aferir quanto e como as políticas públicas (econômicas e sociais) impactam nos rumos do país.

Depois de anos dando ouvidos, corda e dinheiro aos analistas de mercado (como se fossem esses capazes de sintetizar a saúde do país apenas tomando o pulso das variáveis financeiras) o IPEA vem redirecionando seu arsenal analítico para o desenvolvimento de pesquisas e indicadores que exprimam com maior efetividade as condições de vida, de progresso material e social em suas distintas e complexas dimensões. Já em 2008, com o criação do "Sensor Econômico" (indicador mensal dos humores do setor produtivo do país), marcou-se importante contraponto ao boletim "Focus" do Banco Central, que reúne semanalmente a opinião de 100 instituições financeiras incumbidas de vocalizar os desígnios divinos (em especial a taxa de juros).

É portanto no bojo deste relevante redirecionamento do IPEA que se apresenta o IQD. Composto por três sub-índices (de qualidade da inserção externa, de qualidade do bem estar e de qualidade do crescimento econômico), os resultados do IQD apresentados neste mês de março demonstram que atingimos o ápice de nosso desenvolvimento no último trimestre de 2007 e que, desde então, com o agravamento do quadro externo e a inação do Banco Central brasileiro, seguimos por uma trajetória de deteriorização do IQD, que caiu de 331 (em dez/2007) para 225 (em jan/2009), em escala que varia de 0 a 500.

Curioso notar como o IQD demonstrou grande sensibilidade em relação à crise externa que se precipitava no início de 2008, mesmo que internamente vivêssemos ainda a euforia patrocinada pelo elevado crescimento do PIB e pelas melhoras no mercado de trabalho.

Para conhecer melhor o IQD, clique aqui

24.3.09

debate mais que oportuno

Reproduzo abaixo o artigo publicado no jornal Valor (24/03/2009), tratando de desfazer alguns mitos que se referem ao emprego público no Brasil.
Não custa lembrar que se trata de prelúdio de um estudo sobre o tema que vem sendo desenvolvido pela ousada gestão do Márcio Pochmann como presidente do IPEA, que tanto pau levou por trazer novos ares àquele órgão de pesquisa.


Emprego público no Brasil: o que deve ser dito
Autor(es): Eneuton Pessoa, Fernando Augusto Mansor de Mattos e Marcelo Almeida de Britto
Valor Econômico - 24/03/2009

O emprego público não é excessivo no Brasil, sobretudo quando se leva em conta as necessidades de serviços essenciais

Ainda está por ser feita uma discussão mais rigorosa acerca do emprego público no Brasil. O pouco que se tem discutido sobre o tema apresenta apenas argumentos carregados de preconceitos e "ideologia", raramente embasados em dados rigorosos e informações corretas. O ideário neoliberal (hoje completamente desmoralizado) encarregou-se, durante décadas, de perpetrar inverdades ou análises pouco rigorosas que acabaram motivando medidas de redução do pessoal ocupado ou de "reformas" na administração pública que culminaram em prejuízo para a execução de atividades-fim do serviço público, e em piora na qualidade e na eficiência dos serviços prestados à população que deles necessita.

Os dados e reflexões aqui apresentados são resultantes de uma pesquisa intitulada "Trabalho no Setor Público Brasileiro", que vem sendo desenvolvida no Ipea e que pretende avaliar o setor público brasileiro sob três aspectos: a) o aspecto quantitativo, que se preocupa em produzir uma ampla radiografia de estatísticas de emprego do setor público brasileiro; b) em termos qualitativos, procura-se destacar que a natureza do trabalho no setor público é diferente do trabalho no setor privado e é levando isso em consideração que se deve avaliar a construção institucional do Estado brasileiro, sempre com um foco na problemática da dívida social brasileira; c) a pesquisa também visa a cobrir uma lacuna de estudos sobre políticas de gestão na área de recursos humanos no Brasil, procurando fornecer aos futuros gestores do setor público brasileiro uma análise não-neoliberal dos desafios que se colocam atualmente para o Estado brasileiro em uma sociedade desigual e carente de serviços públicos de qualidade.

Um primeiro dado importante que merece ser mencionado é que, no Brasil, segundo os microdados da Pnad, o emprego público representava, em 2007, apenas cerca de 11,5% do total dos ocupados no país. Esta parcela de emprego público na ocupação total está bem abaixo, por exemplo, de todos os países europeus importantes, muitos dos quais chegam a atingir marcas superiores a 30%. Mesmo nos EUA, país com destacada tradição liberal, o percentual do emprego público na ocupação total é de cerca de 15%. Na América Latina, segundo dados recentes divulgados pela Cepal, há países cujo peso do emprego público na ocupação total é maior do que a brasileira, destacando-se Panamá (18%), Costa Rica (17%), Uruguai (16%), Argentina (16%) e mesmo o Paraguai (13%).

Tomando-se como referência a relação entre emprego público e população, também se verifica, no Brasil, um baixo percentual: a parcela do emprego público na população gira em torno de 5%, contra 7% nos EUA e próximo de 10% na Europa ocidental (quando não mais, como nos países escandinavos, que não raro superam 15%).

Em números absolutos, no ano de 1995 o emprego público no Brasil perfazia o total de 7,843 milhões de servidores. Em 2007, ele alcançou a cifra de 9,827 milhões. Deve-se destacar, porém, que este crescimento praticamente apenas acompanhou a evolução da população. Tanto é que, em 1995, o estoque de emprego público representava 5,1% do total da população e, em 2007, 5,4%.

Quando se observa a evolução recente do emprego público por esfera de governo, verifica-se uma leve redução nas esferas federal e estadual e um forte crescimento no âmbito municipal. Em 1995, o emprego federal correspondia a 18% do emprego público, o estadual, 44% e o municipal, 38%. No ano de 2007, esses percentuais eram de 15%, 35% e 50%, respectivamente. O aumento do peso do emprego municipal deveu-se a três fatores: na educação, a universalização do ensino fundamental e a expansão da pré-alfabetização de crianças em idade pré-escolar; na saúde, praticamente todos os municípios foram alçados à condição de gestão plena da atenção básica, inclusive a saúde preventiva - em grande parte calcada no Programa de Saúde da Família -, que vem requerendo a contratação de milhares de agentes comunitários de saúde. Por último, desde a Constituição de 1988, foram criados quase 1.500 municípios, gerando a necessidade de montagem das funções administrativas municipais. Preliminarmente, os microdados da Pnad sobre ocupações na esfera municipal corroboram essa afirmativa.

Também o senso comum que considera o serviço público um reduto de privilégios carece de fundamentos mais sólidos. Quando consideramos os estatutários, a categoria mais bem posicionada dentre os servidores, vê-se que, desde os anos 1990, eles vêm perdendo uma série de direitos. As várias alterações constitucionais a partir da EC 19/98, dentre as quais se destacam o fim do Regime Jurídico Único no serviço público - com exceção para as funções exclusivas de Estado -, o fim da isonomia salarial, o fim do estatuto da estabilidade no serviço público e o fim da aposentadoria integral tiveram, entre outros propósitos, o objetivo de aproximar as relações de trabalho nos setores público e privado, apesar da natureza diferente do trabalho em cada um deles.

Deve-se destacar, porém, que nos últimos anos tem aumentado o peso dos estatutários, devido ao aumento do número de concursos públicos, o que tem reduzido em parte o grau de informalidade que imperou ao longo dos anos 1990 nas ocupações do setor público brasileiro.

Em suma, no conjunto, o que esses dados demonstram é que o emprego público não é excessivo no Brasil, sobretudo quando se leva em conta as necessidades de serviços essenciais por parte da população que não pode pagar por eles. Neste sentido, o desafio de aumentar a eficiência e a eficácia da máquina pública no país não se contrapõe, antes, se coaduna, com a expansão de serviços que requerem a expansão do emprego público.

verve


A diferença entre o otimista e o pessimista?

o primeiro acha este o melhor dos mundos; o segundo tem certeza

21.3.09

sintonia finíssima


Na Folha de hoje:

O jornalista Ricardo Noblat, colunista do jornal "O Globo" e autor de um blog de política, tem um contrato anual de R$ 40,3 mil com o Senado para a produção e apresentação de um programa semanal de jazz para a Rádio Senado. Seu nome aparece no site do Senado como "Ricardo José Delgado".
O jornalista afirma não ver conflito de interesse, dizendo que o programa de rádio existe desde 1999 e que nos últimos nove anos foi bancado por ele, ao custo de R$ 1.200 mensais, sem receber do Senado. "Quem lê meu blog e minha coluna sabe minha posição dura em relação ao Senado", afirmou ele, que diz ter 8.000 CDs de jazz.

16.3.09

surra de guitarra


Impelido pela condição de paternidade, levei meu filho e um amigo ao show do Iron Maiden, acontecido ontem no autódromo de interlagos. Nunca fui fã de heavy metal (em minha época era som de alienado) e mal sabia das músicas do grupo.
Mas o que eu imaginava um desastre, foi até uma boa experiência.

Ficamos das 13hs às 18hs numa fila infinita, recheada de gente vestida de preto, 2/3 das quais com camisas do Iron Maiden. Não sei se o leitor sabe - eu não sabia - mas o Iron Maiden é o grande expoente desta estética gótica que cerca o Heavy Metal. O mascote da banda (estampado em diversas versões nas camisetas) é uma caveira de nome Edie que encanta de marmanjos carecas a mocinhas de seios por vir. Na fila, eram raríssimos os negros. A enorme maioria era composta de gente branca da classe média baixa que inunda São Paulo. Todos pálidos, vestidos de negro, caveira em riste. E eram tantos que do momento em que se abriram os portões (às 16hs), até a entrada dos últimos (às 21:30hs), uma serpente negra, da largura de 5 brancos, atravessou ininterruptamente o portão do autódromo.
E aquilo ferveu.
De vez em quando, para afastar os espíritos (bons?), vinham ondas de "olê, olê, olê, olá, Maiden, Maiden" (as mãos levantadas com dedos como chifres).
Quando a banda subiu ao palco e anunciou que se tratava de seu maior público em 31 anos de estrada, os chifres eretos saudaram o mascote Edie, que nesta feita aparecia como a face de uma enorme esfinge que enfeitava o fundo do palco.
Guitarras, muitas guitarras tomaram conta da cena. O vocalista Bruce, com uma entonação de apóstolo do apocalipse mandava pau, animando o coro de milhares de brancos de preto.
Foi impossível não pensar nos comícios nazis, no estranho gosto dos povos anglo-saxões por esta estética medieval, sombria, como se estivessem todos ali num espetáculo de Harry Poter para adultos, para uma gente que vive o cheiro da marginal, mas que nem sempre pode urrar.

Antropologia à parte, houve momentos emocionantes. Quando o clássico "fear of the dark" começou a tocar, foi impressionante o volume do coro que acompanhava a melodia entoada de mansinho por um dos "n" guitarristas. Arrepiaram os pelos - não a ponto de levantar os chifres. E sou capaz de dizer que aquela música valeu o ingresso e seus adendos.
De resto, a despeito dos cenários e das pirotecnias, diria que falta baixo-ventre a esta turma do Heavy Metal. É muita guitarra e pouco baixo [sim, eu sei que o Steve Haris é considerado um dos melhores baixistas do mundo: porque toca baixo como guitarra!!!], é muita caixa pra pouco surdo. Falta sangue de preto. Ninguém ginga, nem requebra nem dança numa perna só. Quando muito, pulam para o alto.
E nas guitarras, uma enxurrada de solos, muito enredo pra pouco contexto.
Uma masturbação constrangedora.

12.3.09

de letra


Apesar dos pesares, dos ipods, dos terabytes e coisa e tal, continuo gostando de ler o que chamam de crônicas do cotidiano. Arriscaria dizer que nestes dias de notícias em tempo real, são as crônicas as derradeiras razões para se abrir um jornal e um bule de café. O problema é que a entresafra de bons cronistas não ajuda.

Pois, neste raspadão onde nem a braquiaria viceja, quem tem batido uma bela bola é o Antônio Prata, excelente moleque-escritor que publica suas crônicas a cada 15 dias no Estadão de domingo.
Aos que tiverem interesse, incluo o blog do Antônio Prata como sugestão de visita na Redondeza (ali ao lado ->).
O cara é bom, einh?

11.3.09

o regorjeio


Hoje os mídia-ligeira amanheceram excitados. Dona Mirian, Seo Sarda, Sta. Hipolito e consultores de papel vieram a público comemorar a queda brutal do PIB. José Márcio Camargo "anualizou" o resultado do último trimestre de 2008 e concluiu: estamos encolhendo a um rítmo de 15% ao ano. Viva!

Denominador comum das falas: (1) o governo demorou para se mexer (o que é verdade); (2) o governo priorizou os gastos de custeios em detrimento dos investimentos (o que é falso e incorreto).

O ERRO FOI O BC NÃO TER BAIXADO OS JUROS LÁ ATRÁS!!! Mas, sobre isso, calaram-se todos.

E é realmente o fim da picada esta tigrada ter a ousadia de dizer que, em nome da crise, o governo deveria agir com rigor fiscal!
Ah, pois sim!

Sobre tal insensatez, vale a pena trazer um argumento de autoridade. Abaixo, reproduzo o que escreveu ontem o prêmio nobel Paul Krugmann (clique aqui) em resposta a John Boehner, líder do Partido Republicano no congresso dos EUA:

"Ele fala da crise atual como se tratasse de uma quebra de safra - e como se tivéssemos uma dada cesta de bens, que quanto mais você consumir, menos sobrará para mim. Na realidade - até os mais conservadores são capazes de entender, quando se dispõem a pensar sobre o assunto - nós estamos enfrentando uma aguda redução da demanda mundial. Se você consumir mais, isto é BOM para mim, porque isso ajuda a criar empregos e aumenta a renda. É desinteressante para mim que você aperte o cinto - e isso é também verdadeiro se você é "o governo" ou meu vizinho.

Além disso, quem é "o governo"? Basicamente, 'nós' - o governo gasta dinheiro oferecendo serviços para a população. Cobrar o governo para que aperte o cinto [rigor fiscal] é cobrar para que nós, pagadores de impostos, recebamos menos daqueles serviços. E por que isso seria uma boa coisa?"


É até bastante óbvio o argumento de Krugman. Mas, como ele mesmo alerta, o fato de haver tanta gente que ainda resiste a obviedades como essa, indica que há fortes razões para se duvidar de uma solução para a economia dos EUA.

pano pra manga


Já que o tempo fechou para os economistas de mercado, nada como retomar os temas da Economia Política, da Sociologia, da Ciência Política. Aproveito então para convidá-los para o lançamento do livro de um amigo e colega de mestrado, Cláudio Roberto de Jesus, que, apesar de atleticano, tem tino para o bom debate. O livro se chama "Dilemas da Sociedade do Trabalho" (veja detalhes clicando na foto acima). Ainda não li, mas tenho certeza que aponta para questões fundamentais deste nosso mundão de carne e osso.

10.3.09

falaram em "fim da história"? era "fim da economia"

Delfim Netto escreve hoje no Valor Econômico (clique aqui) um bom artigo sobre o fracasso do pensamento econômico dominante, conhecido como economia neoclássica.
Como diz Delfim, animados pela beleza estética de seus axiomas (e apoiados pelos rentistas do mundo todo, como não diz Delfim), os neoclássicos "em lugar de tentar entender como funciona o sistema econômico, tentam ensiná-lo como deveria funcionar (...)".
Tem toda a razão o ex-coisa-ruim Ministro da Ditadura. O pensamento neoclássico, que reduz o mundão econômico - complexo e recheado de interesses e motivações contraditórias - à somatória das estratégias maximizadoras dos agentes microeconômicos, encontra-se em franca decadência e, na pior das hipóteses, deverá passar um tanto de décadas no degredo.

Que venham então tempos de pensamento mais arejado. Neste início de século, com o socialismo real já fora do baralho e o liberalismo neoclássico em franca decadência, tem razão o presidente Lula em sua entrevista publicada hoje no Financial Times: "tenho esperanças de um mundo livre dos dogmas econômicos que invadiram as idéias de muitas pessoas e que foram apresentados como verdades absolutas". E, como divagava o Prof. Belluzzo em uma aula não tão remota, "um dia, talvez daqui a trezentos anos, se ouvirá dizer que no Século XX existia uma pseudo-ciência chamada economia."

9.3.09

2 CV

Vejam que simpático o novo Deux Chevaux, versão moderna e despojada do carrinho popular francês que fez sucesso nos anos 60 e 70. Sempre fui fã do bichinho, pois além de sua feiura graciosa, foi o primeiro carro que tivemos na incipiente e efêmera família de além-mar.

3.3.09

vai cair

A crise que espreita o mundo, assim como Marx, é pródiga em ensinamentos.
Como já apontava o velho, nada neste mundo, nem um país, um líder, um conglomerado de países ou os melhores princípios, nada é capaz de se opor às forças tectônicas da infraestrutura econômica. É mesmo assustador como diante dos toques surdos da ameaça de disrupção econômica as ideologias se esvaem, sem deixar rastro de anos,... décadas de retórica e teorização. Fruhhhhh........... mais uma pomba vai-se do pombal.

É o teste de stress da realidade crua sobre os devaneios voluntaristas à esquerda e à direita. Liberais do mundo todo, hora de lavar a louça!

A mídia, que nos anos de "exuberância irracional", de dinheiro fácil e do entre-ato batizado de "fim da história", baixou a guarda e mostrou suas taras, paira hoje no ar como uma miragem de si mesma.
No rádio, na TV, nos jornais é de um constrangedor anacronismo a resistência da ladainha liberal.
Clamam em nome de quem? Teus senhores, colados como ninguém ao plano concreto do capital, dão de ombros, e os princípios liberais/libertários que durante muito tempo lhes favoreciam o bolso, restarão como truques do passado.

Pois, a mídia, por ser provavelmente o mais etéreo poder da democracia contemporânea, de menor substância concreta, erigida pela resultante das opiniões dos endinheirados, deverá ser a maior vítima do desmoronar das ideologias liberais e, por esta razão a última a perceber que se sustenta pendurada apenas no pincel.

Ou haveria outra maneira de se entender o destempero crescente da revista Veja ou a prepotência revelada pelos recentes editoriais da Folha de São Paulo? Como diria Jim Morison, Tooooo laaaaaate!!!!!!!

Agora é hora de organizar o fuzuê. Dia 07, às 10hs, na Barão de Limeira, em frente à Folha, para informar os Frias, os Civita, que o fio já virou.

Diretas Já, para diretor de redação!